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Micronutrientes x Adequação no atleta vegano.

  • e4agencia
  • Aug 6, 2018
  • 3 min read

A população adepta à dieta vegetariana cresce cada vez mais, chegando a atingir 14% dos brasileiros, segundo pesquisa do IBOPE Inteligência, conduzida em abril de 2018. Os dados estatísticos representam um crescimento de 75% em relação ao ano de 2012, quando a mesma pesquisa indicou que a proporção da população brasileira que se declarava vegetariana, nas regiões metropolitanas, era de apenas 8%.


As dietas vegetarianas e, em menor proporção, as veganas podem estar tornando-se mais visíveis devido à proliferação das mídias sociais como um meio de compartilhar informações e experiências a respeito dos benefícios relacionadas a esse estilo de alimentação. No esporte, ainda existem questionamentos a respeito do aporte adequado de macro e, principalmente, micronutrientes para atender às necessidades aumentadas dos atletas em treinamentos e provas de competição. Atualmente, recentes estudos comprovam que dietas vegetarianas planejadas adequadamente podem fornecer energia suficiente e uma quantidade apropriada de carboidratos, gorduras e proteínas para sustentar o desempenho esportivo e a manutenção da saúde.


Alcançar o aporte adequado de micronutrientes ainda é uma preocupação levantada para a alimentação de atletas. O alto consumo de vegetais, frutas, legumes, sementes e grãos garante uma boa oferta de compostos bioativos, contudo é preciso planejar e adequar minuciosamente as vitaminas e os minerais. Isso acontece por conta da biodisponibilidade que pode ser afetada por fatores antinutricionais encontrados em alguns alimentos de origem vegetal. Vitamina B12, ferro, zinco, cálcio e vitamina D são os principais componentes que merecem atenção.


Com relação à biodisponibilidade do ferro, a absorção do mineral na forma não heme (menos biodisponível) presente nos alimentos de origem vegetal pode ser aumentada em conjunto com a vitamina C, ou seja, atletas veganos devem procurar alcançar o aporte de ferro escolhendo opções de alimentos integrais aliadas às frutas cítricas, além de reduzir o consumo de alimentos contendo inibidores absortivos como chá, café e cacau (quando se ingere alimentos ricos em ferro). O mesmo acontece com o zinco, por exemplo, que é encontrado em grande escala nos alimentos de origem vegetal como leguminosas, mas que apresenta interferência na absorção devido a fatores inibidores (fitatos). Sua biodisponibilidade parece ser aumentada pela presença de proteína da dieta. A fim de alcançar as recomendações, os atletas vegetarianos devem atentar-se ao consumo de opções vegetais ricas em zinco, tais como cânhamo e sementes de abóbora, cereais, oleaginosas e feijões, e procurar adotar métodos de processamento que melhorem sua absorção, como cozimento adequado e também a fermentação natural. O zinco é essencial para o metabolismo corporal, atuando em diferentes reações enzimáticas e estabilização de transcrição gênica, além de fortalecer a imunidade frente ao estresse oxidativo desencadeado pelo esporte extenuante.


Outro micronutriente em destaque é o cálcio, essencial para o metabolismo ósseo-articular e a contração muscular. Os atletas veganos devem consumir fontes de cálcio de origem vegetal, como feijões, leguminosas e vegetais verdes, em quantidades suficientes para atingir a recomendação, sem apresentar deficiência quando inseridos de forma estratégica na alimentação por profissionais de saúde. É preciso se atentar, também, à ingestão de fontes de oxalato na dieta, por ser um fator inibidor da absorção do cálcio de alimentos vegetais.


A suplementação de micronutrientes pode ser considerada uma estratégia eficiente para evitar possíveis deficiências em atletas veganos, visto que eles apresentam uma demanda nutricional maior, quando comparados aos não atletas. A seleção estratégica e a gestão de escolhas alimentares, com especial atenção na obtenção de micronutrientes, juntamente com a complementação à base de suplementos e nutracêuticos, podem suprir as necessidades da maioria dos atletas de forma satisfatória e sem prejudicar os resultados no desempenho esportivo.



REFERÊNCIAS


ROGERSON, D. Vegan diets: practical advice for athletes and exercisers. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 14, n. 36, p. 1-15, 2017.


VENDERLEY, A; CAMPBELL, W. Vegetarian diets: nutritional considerations for athletes. Sports Med., v. 36, n. 4, p. 293-305, 2006.


JÃGER, R. et al. International Society of Sports Nutrition Position Stand: protein and exercise. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 14, n. 20, p. 1-25, 2017.


BROWN, D. Nutritional Considerations for the Vegetarian and Vegan Dancer. J Dance Med Sci., v. 22, n. 1, p. 44-53, mar. 2018.


BRASIL. Sociedade Brasileira Vegetariana. Estimativa de Porcentagem de Vegetarianos e Veganos no Brasil, 2018. Disponível em: < https://www.svb.org.br/vegetarianismo1/mercado-vegetariano>. Acesso em: 24 jul. 2018.


IBOPE INTELIGÊNCIA. 14% da população brasileira se declara vegetariana. Disponível em: <http://www.ibopeinteligencia.com/noticias-e-pesquisas/14-da-populacao-se-declara-vegetariana/>. Acesso em: 24 jul. 2018.

 
 
 

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