Dr. Marcelo Carvalho fala sobre impacto do estresse na composição corporal no #NE2018
- e4agencia
- Aug 20, 2018
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O coordenador científico e nutricionista Dr. Marcelo Carvalho abordará, no Módulo Health & Wellness do #NE2018, o impacto do estresse nas alterações da homeostase celular, explicando os mecanismos fisiopatológicos gerados pela exposição crônica a diversas situações de estresse, sendo ele físico ou emocional. Uma das abordagens que será levantada em sua palestra é a reação ou carga alostática que envolve as respostas de adaptação do organismo frente a estímulos sucessivos de estresse, incluindo mudanças na composição corporal.
O estresse pode ser desencadeado por diferentes situações que afetam o equilíbrio das reações fisiológicas. O exercício físico intenso está incluído neste contexto. É definido como uma resposta não específica do corpo a qualquer demanda e que pode resultar em condições favoráveis ou não. Assim, pode desencadear uma ruptura do equilíbrio interno do organismo e uma mobilização deste para enfrentar o agente estressor, dessa forma, gerando uma resposta rápida mediada pela ativação do sistema nervoso autônomo simpático e da medula das glândulas adrenais para liberação de hormônios catecolaminérgicos.
O cortisol é um hormônio ativado no segundo momento da reação ao estresse, o chamado feedback negativo para o cérebro, responsável por regular a restauração do funcionamento neurofisiológico. Em indivíduos sob condições estressoras, os níveis de cortisol aumentam exponencialmente, o que expõe o organismo à sua ação por períodos prolongados e, por excesso, produz alterações funcionais significativas.
O encéfalo é considerado o órgão central regulador da alostase, processo responsável por promover a estabilidade, ou homeostase, através de mudanças fisiológicas ou de comportamento. E isso diferentemente dos sistemas homeostáticos, que regulam, por meio de mecanismos de retroalimentação negativa, os sistemas alostáticos que envolvem os mecanismos de regulação por retroalimentação positiva.
A resposta alostática ao estresse apresenta mecanismos rápidos da transmissão sináptica aminérgica e peptidérgica e liberação hormonal, que corresponde às ações da adrenalina, noradrenalina e do fator liberador de corticotrofina, produzindo os comportamentos de alerta e vigilância.
A função endócrina do tecido adiposo apresenta um papel etiológico na distribuição de gordura corporal. O excesso dos níveis do hormônio cortisol por levar o indivíduo a alterações metabólicas relacionadas à oxidação de gordura. Além disso, recentemente, evidências sugerem que os níveis de testosterona são reduzidos em resposta ao estresse, fator que pode comprometer o desenvolvimento muscular e ganho de massa magra.
O manejo do estresse, principalmente crônico, é essencial para obter resultados positivos na modulação da composição corporal, seja em atletas de elite, como em esportistas recreativos.
REFERÊNCIAS
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